Sarney já fala em reforma política para 2011

Sarney acredita que reforma política, segurança e temas ambientais devem dominar a pauta do Senado em 2011

A reforma política e propostas para resolver problemas importantes e recorrentes, como os de segurança pública e das enchentes devem dominar a pauta do Senado neste 2011, sinalizou o presidente José Sarney (PMDB), após ser reeleito nesta terça-feira para o biênio 2011/2012.

Com 70 votos, dos 81, o senador Sarney venceu a disputa com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que recebeu apenas oito votos. Dois senadores votaram em branco e um nulo. Entre as prioridades em pauta na Casa, Sarney citou a reforma política.

“Eu acho que se não se faz [a reforma política] no primeiro ano de cada legislatura, não se faz mais”, ensinou para também apontar a eleição de suplentes como outra das questões a merecer atenção nesta próxima legislatura.

O assunto é tema de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) já aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e deverá ser incluída na Reforma Política apontada como prioridade do Congresso pelo presidente do Senado.

Sarney também confirmou que aceitou a indicação do seu partido, o PMDB, para ser candidato à presidência da Casa para o biênio 2011/12. “Para mim foi um sacrifício pessoal, pois já fui presidente algumas vezes, tenho certa idade e é uma carga de trabalho muito grande dirigir uma casa política com um colegiado de 81 senadores e, ao mesmo tempo, com grandes problemas na área administrativa”, explicou.

Indagado se a presidente Dilma participara da decisão, Sarney respondeu ao seu estilo: “A Constituição diz que os Poderes são harmônicos e independentes, de maneira que não temos que tratar sobre essas questões internas do Legislativo com o Executivo.

A arte da guerra

Sarney falou sobre a “boa” expectativa de apesar das dificuldades, mais uma vez, poder ajudar o Senado e o país a buscar solução para grandes problemas, que aguardam decisão do Congresso Nacional e que foram prejudicados em 2010.

“O ano passado foi um ano político, ano atípico, ano de reeleição. A predominância da pauta política dominou os trabalhos do Congresso”, reforçou, repetindo entrevista à Folha de São Paulo, na tarde de quinta-feira, 27, quando lembrou que a legislatura a ser encerrada neste 31 de janeira foi marcada pelo processo eleitoral, com 2/3 do Senado disputando novos mandatos.

Assim, o viés de todo debate era político. “Era um momento em que a paixão se sobrepunha à razão. Então, como disse Lenine, a política transformou-se na arte da guerra, quando não éramos adversários, éramos inimigos. Foi assim em 2010.”

Com informações da Agência Senado